Bolo de Milho com Queijo e Goiabada Usando Bagaço das Espigas

Quando o milho já contou sua história: o bolo do bagaço que virou lembrança. O que sobra às vezes é o que mais alimenta.
Depois que o milho cumpriu sua função principal numa receita — talvez um curau, uma pamonha ou um creme — o que resta costuma ir para o lixo. Mas dessa vez, o bagaço ficou. E ao invés de ser descartado, virou protagonista.
Esse bolo nasceu do “depois”. Do “já foi feito”. E como tudo o que vem com carinho, surpreendeu. É doce, úmido, cheiroso e cheio de alma.
Hoje, ele merece não só espaço no forno, mas também nas páginas de um blog que valoriza memórias com gosto de verdade.

Uma receita que começou no fim

Foi num dia qualquer de cozinha cheia que essa receita surgiu.
O bagaço do milho, deixado de lado após outro preparo, ainda cheirava vida. E como quem respeita o tempo das coisas, alguém olhou para aquele restinho com olhos de afeto — e viu potencial.

Não foi sobre reaproveitar por economia. Foi por respeito ao ingrediente.
E a partir disso, surgiu esse bolo. Um tipo de “bolo-pamonha”, só que assado, firme, molhadinho e com surpresa a cada mordida — ora um pedaço de queijo, ora uma lasca doce de goiabada.

Ingredientes: o bagaço como centro do afeto

Anote, com calma e fome:

  • 5 espigas de milho (o bagaço que sobra depois de coar ou peneirar o creme)
  • 5 ovos
  • 1 xícara de leite
  • 1 xícara de açúcar (ou a gosto)
  • Meia lata de leite condensado
  • Meia lata de creme de leite
  • 1 xícara de banha vegetal (pode ser manteiga, mas a textura muda)
  • 1 colher de sopa de fermento químico
  • Cubos de queijo a gosto (meia cura ou minas padrão ficam perfeitos)
  • Goiabada em cubos, passados na farinha de trigo para não afundar

O preparo que não tem segredo, só cuidado

Tudo começa no liquidificador.
Bata os ovos, o leite, o açúcar, o leite condensado, o creme de leite, a banha vegetal e o bagaço de milho até formar uma mistura lisa.
Não é uma massa “firme”, é cremosa. Quase líquida.
Misture o fermento por último, com leveza.

Despeje a massa em uma forma untada.
Espalhe os cubos de goiabada já enfarinhados por cima da massa. Depois, o queijo. Durante o forno, eles vão se assentar em diferentes alturas, criando camadas de surpresa.

Asse em forno médio por cerca de 1 hora, ou até que fique bem dourado e firme no toque.

Dica de quem testou

Não espere que ele fique seco. Esse bolo é para comer de colher ou garfo.
A textura é cremosa, quase como pamonha assada. O contraste entre o doce do milho e o sal do queijo cria uma dança linda no paladar.
Sirva morno com café. Ou frio, como sobremesa de fim de tarde.

Receita com consciência

Além de delicioso, esse bolo carrega um valor que não se mede em colheres: o da consciência alimentar.
Usar o que normalmente seria descartado não é apenas reaproveitar — é honrar o ciclo do alimento, é fazer da cozinha um espaço de respeito.
E essa receita, tão simples e tão rica, prova que sabor e consciência podem (e devem) andar de mãos dadas.

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A HISTÓRIA DO BOLO NA ALIMENTAÇÃO HUMANA

Conclusão

Quando a gente cozinha com afeto, até o que sobra vira centro.
Esse bolo é prova viva disso: ele não nasceu da pressa, nem do luxo. Ele veio do cuidado com o que ainda tem valor, com o que ainda pode oferecer calor e acolhimento.
É mais do que uma receita: é uma lição de respeito pelo ingrediente e pelo momento de cozinhar.

Última fatia

Como o milho, que dá tudo de si antes de descansar, o bolo que nasce do bagaço é como um retorno do ciclo.
Ele cresce de novo. Alimenta de novo. Aquece de novo.
E no silêncio da última colherada, deixa um rastro de aprendizado: que até o que sobra pode ser presença — basta olhar com carinho.

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